Pontos-chave:
- Mercado de balcão é um segmento do mercado de capitais que abriga negociações realizadas fora do ambiente de bolsa de valores.
- O mercado de balcão possibilita negociação de diversos ativos, entre eles: ações, debêntures, swaps, cotas de fundos imobiliários e índices de carteiras de ações.
- Atualmente existem no Brasil o mercado de balcão organizado e o mercado de balcão desorganizado.
- Aluguel de ações e a negociação de contratos a termo são transações comuns no mercado de Balcão, inclusive em operações de day trade.
O mercado de capitais é um complexo sistema de negociações de ativos financeiros que aproxima investidores daqueles que desejam captar recursos para os seus empreendimentos. No Brasil é a B3 que faz a gestão destas transações, que compreende não apenas a bolsa de valores de São Paulo mas também a bolsa mercantil de futuros e o mercado de balcão brasileiro.
A Bolsa de Valores é especificada como a principal organização de gestão destes investimentos. Com regras precisas e claras, ela faz o controle com exatidão para as negociações dos ativos financeiros. Já o mercado de balcão caracteriza-se por ter maior flexibilidade nas transações, processos menos burocráticos, permitindo que empresas de diferentes portes ou iniciantes tenham acesso ao mercado de capitais.
O investidor que optar pela atuação no mercado de balcão encontra a possibilidade das negociações de ativos não padronizados, em que é preciso verificar com as instituições financeiras e até mesmo com a contraparte quais são as características de cada transação. Tal flexibilidade é acompanhada por uma menor liquidez e maior volatilidade, o que exige um perfil mais tolerante ao risco por parte do investidor, mas que pode resultar em operações muito lucrativas. Continue a leitura e confira tudo o que você precisa saber sobre o mercado de balcão.
O que é o mercado de balcão e como ele funciona?
O mercado de balcão também é conhecido como OTC, acrônimo do inglês, Over-The-Counter que significa em cima do balcão. A expressão remete-se às negociações de títulos e valores mobiliários que acontecem fora do ambiente da bolsa de valores. Desta maneira, há analogia aos acordos feitos diretamente com o gerente e de maneira mais personalizada.
Com exigências mais simples, muitas vezes este segmento é a porta de entrada para a participação de empresas no mercado de capitais. Para que uma transação ocorra no OTC, tanto as companhias como os investidores recorrem aos intermediários que são as instituições financeiras, compostas por corretoras, bancos de investimentos ou distribuidoras de valores mobiliários (DTVMs).
Com regras próprias de acordo com cada contrato, há uma maior flexibilidade nas negociações. Mas não se assuste, o mercado de balcão, apesar de ser descentralizado e sem espaço físico de negociação, possui instituições responsáveis por sua fiscalização e suporte aos seus usuários. As instituições que atuam no mercado de balcão são fiscalizadas por entidades administradoras autorizadas pela própria Comissão de Valores Mobiliários (CVM), como é o caso da própria B3.
Ao ser realizado por profissionais atentos aos seus objetivos estratégicos, as operações com derivativos no mercado de balcão podem ser vistas como hedges perfeitos. A possibilidade de acertar detalhes de contratos não padronizados oferece uma proteção ao risco, já que é possível desenhar o produto financeiro para que ele atenda o interesse de ambas as partes envolvidas no negócio.
Uma marca registrada do mercado de balcão são as operações com swaps. Nestas negociações ocorre a troca de rentabilidade entre dois índices delimitada para uma data futura. Utilizada principalmente por grandes empresas ou investidores institucionais em busca de hedge para suas operações, a transação não é muito acessível para pessoas físicas. Esta particularidade demonstra como o mercado de balcão, apesar de flexível, não é recomendável aos amadores. Grandes companhias e investidores experientes podem escolher se manterem ativas no mercado de balcão por questões estratégicas.
Tipos de mercado de balcão
A principal atividade realizada pelas instituições intermediadoras é a execução de ordens de compra e venda no mercado de capitais. As operações são formalizadas em câmaras de registro e podem ser efetuadas em dois tipos de mercado de balcão: mercado de balcão organizado e mercado de balcão não organizado.
A diferença essencial entre essas modalidades é o sistema adotado nas negociações. No mercado de balcão organizado há a estruturação das negociações por meio de sistema eletrônico e remoto, conhecido como Soma Fix. Já no mercado de balcão não organizado as transações não são lançadas em um sistema, permitindo que instrumentos de compra e venda, que não despertaram interesse nos demais ambientes, possam ser transacionados com maior facilidade. Uma vez que não há registro das operações, a transparência em relação aos preços e ao volume negociado é menor, sendo assim chamado de mercado opaco.
Qual a diferença entre bolsa de valores e mercado de balcão?
A bolsa de valores segue uma dinâmica bastante transparente, em que os investidores podem realizar suas transações por meio de corretoras e distribuidoras. Seu principal objetivo é levantar recursos para que empresas de capital aberto possam expandir seus negócios e assim gerar expansão do mercado de capitais de forma segura e confiável.
Além disso, a bolsa de valores permite que investidores possam se tornar sócios de empreendimentos lucrativos e em expansão, além de possibilitar que a governança corporativa das instituições do segmento seja aperfeiçoada, já que os stakeholders estão interessados em analisar a qualidade das informações oferecidas.
O mercado de balcão, por sua vez, permite que uma transação seja realizada entre dois agentes sem que os demais estejam cientes do valor acordado entre as partes. Sendo importante frisar mais uma vez que as instituições intermediadoras só podem operar nesse mercado caso estejam em conformidade com as normas da CVM.
A não exigência de um fundo de garantia que apoie suas transações, acaba por tornar o mercado de balcão um sistema menos transparente e mais arriscado que a bolsa de valores. É visto que por ser um ambiente com menos regras, existem também menos informações públicas, o que acaba por tornar a OTC mais suscetível à volatilidade e à menor liquidez de seus ativos não padronizados.
Como operar no mercado de balcão?
Para que uma transação no mercado de balcão aconteça é necessário que exista uma companhia que emita os valores mobiliários, um intermediador e o investidor. As operações realizadas pelos agentes inicialmente são negociadas no mercado primário, ou seja, no primeiro momento em que os ativos são inseridos no mercado de balcão, e posteriormente as negociações ocorrem no mercado secundário, em que os investidores que adquiriram os ativos podem renegociá-los.
Como o OTC não possui local físico de negociação e há maior maleabilidade nas transações o processo se dá diretamente entre o cliente e sua corretora ou banco de investimentos. Essas instituições, ao acordar com seu cliente, registram as negociações e as formalizam na câmara de registros. Assim é importante que exista contato entre o investidor e sua instituição intermediadora para que as orientações e regras de operação sejam passadas e esclarecidas, além de contribuir na escolha do tipo de ordem.
Tipos de ordem do mercado de balcão
O mercado de balcão possui diferentes modalidades de operações e por isso é necessário conhecê-las bem para ter uma tomada de decisão adequada. Os tipos de ordem mais executados são: mercado, administrada, limitada, casada e on-stop.
A ordem a mercado especifica apenas a quantidade e características dos ativos a serem negociados e é executada a partir do momento em que chega ao intermediário. Por sua vez, a ordem administrada define as características e quantidades do ativo, mas o momento de sua execução fica a critério do intermediário.
A ordem limitada se define por ser executada apenas por um preço igual ou melhor que o definido pelo cliente. Já a casada reúne uma ordem de compra a uma ordem de venda e a transação só ocorre quando as duas ordens são executadas. Por fim, a ordem on-stop, que determina qual o nível de preço que a compra ou venda deve ser executada.
Como realizar operações de day trade no mercado de balcão?
Vamos supor que você busque contratos a termo para fazer parte de seu portfólio de investimentos. Caso sua operação seja no mercado futuro padronizado e regulamentado pela Bolsa de Valores, você deverá seguir regras como o lote padrão de cinco contratos, alocar margem de garantia para operação, receber os ajustes diários na precificação e ter seu contrato liquidado na data padrão.
Nesta mesma linha, contratos a termo também podem ser negociados no mercado de balcão. Por meio da instituição financeira, é preciso verificar quais as características deste ativo e negociar as particularidades da transação. Também não existem ajustes diários, o que demonstra que há muito mais flexibilidade de um ativo não padronizado em sua negociação.
Tais especificações, com pouca padronização, muitas vezes eleva o nível de risco e traz mais volatilidade. Operar no mercado de balcão, exige um perfil de investidor experiente e tolerante ao risco, com habilidades em entradas e saídas assertivas e com delimitação de stops bem definidos. Por isto, é recomendável o uso de soluções automatizadas para trazer mais segurança e agilidade nas operações, além de proteção ao capital.
Ao day trader experiente e blindado em seus prejuízos máximos, é possível optar pelo aluguel de ações realizado em mercado de balcão como uma tática para realizar mais operações e aumentar as chances de obtenção dos lucros. O aluguel ocorre da seguinte maneira: uma das partes (tomador) toma a ação por determinado momento e em troca aquele que alugou o ativo (doador) é remunerado através de uma taxa preestabelecida no acordo executado entre as partes. O processo de realização dessa negociação conta com a instituição intermediária, como a corretoras de valores, por exemplo. São exigidas garantias como títulos do Tesouro Direto, ações, etc.
O aluguel de ações pode levar a operações lucrativas principalmente aos expertises em Venda descoberta ou short selling, em que o operador vende mais caro o ativo do que o valor alugado, ampliando assim seus lucros sem patrimônio próprio empregado. Ao doador ainda ficam dividendos e o próprio capital vindo com o aluguel. Durante esta operação é preciso estar atento ao volume, uma vez que é ele que proporciona mais liquidez ao mercado de balcão.
A maior parte das corretoras costuma oferecer serviços pré-padronizados para seus clientes para a criação de contratos a termo e para o aluguel de ações, no entanto as taxas e prazos de vencimento podem variar de instituição para instituição e de um ativo para outro. Por isso é importante verificar com sua corretora quais são as taxas daquele momento.
A realização da operação é geralmente simples, bastando ao investidor realizar a compra ou a venda de ações em valor superior ao que ele possui em garantia na corretora, que automaticamente interpretará aquela negociação como uma operação a termo.
Dica Smartt
Com flexibilidade nas transações, o mercado de balcão tende a ser convidativo a quem busca por negociações de ativos financeiros de maneira mais personalizada. Devido às regras particulares desse segmento é importante a orientação por parte de instituições financeiras ou corretoras aos seus clientes.
Existem riscos relevantes na atuação no mercado de balcão, por isso é importante que o investidor busque por informações de confiança, habilidade e agilidade nas operações e, principalmente, não se levar pela emoção. A configuração de um robô sempre pode cravar os limites de perdas de um trade, fazendo que assim com que haja prejuízos toleráveis e que os lucros sejam maximizados. #SmarttBot: nossa tecnologia às suas ordens!