O que são ETFs e quais são os principais negociados no Brasil

Pontos-chave: 

  • ETFs são um tipo de fundo de investimento que replicam as variações e a rentabilidade de um determinado índice de referência.
  • Suas cotas são negociadas diariamente no pregão da B3 e possibilitam ao investidor ter acesso ao mercado local e internacional.
  • Em 2020, o grande destaque foi o IVVB11, ETF que reproduz o S&P 500 em reais, que valorizou mais de 50% no período.
  • O investidor em ETFs está sujeito aos riscos de liquidez e volatilidade, por isso é importante escolher estrategicamente os papéis. Além disso, soluções automatizadas podem blindar o capital e monitorar posições. 

A busca por opções de investimentos com retornos mais atrativos, em um cenário de juros tão baixos, tem mudado o perfil dos investidores e encorajado muitos a aumentarem sua exposição ao risco.

Nesse sentido, uma modalidade que vem ganhando espaço são os fundos de índice, mais conhecidos como ETFs. Continue a leitura e entenda o funcionamento destes ativos e como eles podem contribuir para o melhor retorno de seu portfólio.

O que são ETFs?

Do inglês Exchange Traded Funds, os ETFs são um tipo de fundo de investimento cuja composição da carteira replica as variações e rentabilidade de um determinado índice de referência, reconhecido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Sendo assim, ao decidir aplicar nesta modalidade de investimento, o investidor adquire os mesmos ativos que compõem o índice.

No mercado internacional, eles são negociados há quase 30 anos. Já no Brasil, embora seja regulamentado desde 2002, o uso dos ETFs é relativamente recente. Contudo, nos últimos anos, a procura por este ativo tem crescido pelos investidores pessoa física e institucional. 

Segundo a B3, o volume de ETFs negociados em dezembro de 2020 mais que dobrou quando comparado ao mesmo período em 2019. O que mostra um investidor cada vez mais interessado em inovar e diversificar sua carteira.

Como funcionam os ETFs?

Os ETFs possuem algumas particularidades, a começar pelo tipo de gestão que, diferente de outros fundos, é passiva, ou seja, o gestor deve sempre ajustar a carteira do fundo de modo que ela seja o mais semelhante possível ao seu índice de referência.

Pela gestão passiva, os ETFs possuem taxas de administração mais baixas, além de não cobrarem taxa de performance.

Da mesma forma que uma ação, as cotas dos ETFs são negociadas diariamente na bolsa de valores – B3. Logo, elas são sensíveis às variações do Ibovespa, por isso os investidores conseguem acompanhar a rentabilidade em tempo real.

Quais são os ETFs listados na B3?

O mercado de ETFs tem se expandido cada vez mais no Brasil. Até o momento, estão disponíveis para aplicação mais de 20 tipos, distribuídos em vários segmentos do mercado. 

Dentre os mais conhecidos estão o BOVA11, SMAL11, IVVB11, DIVO11 e IMAB11. Abaixo a lista disponibilizada pela B3 de todos eles:

Fonte: http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/renda-variavel/etf/renda-variavel/etfs-listados/

ETFs pagam dividendos?

Neste tipo de fundo, os dividendos também são repassados aos investidores, porém indiretamente. Isso porque quando pagos pelas empresas, são automaticamente reinvestidos e incorporados no valor patrimonial da cota. 

A desvantagem, neste caso, é que quando o investidor optar pelo resgate de suas cotas haverá incidência de imposto, inclusive sobre o valor incorporado referente aos dividendos.  

Quais foram os melhores ETFs em 2020?

2020 foi um ano que ficará na história. A chegada do novo coronavírus nos revelou um cenário totalmente atípico e inesperado que, naturalmente, refletiu no retorno dos investimentos. 

No caso dos ETFs, mesmo na crise, alguns conseguiram não apenas sair ilesos, como também acumular um bom retorno em 2020. O BOVA11, um dos ETFs mais conhecidos e que replica o Ibovespa, acumulou alta de 3,07% no ano. 

Os ETFs de materiais básicos, em que estão empresas exportadoras como Vale e Suzano, também apresentaram bons resultados. 

E o grande destaque foi o IVVB11, ETF que reproduz o S&P 500 em reais, que valorizou mais de 50%. É válido ressaltar que a valorização do dólar também beneficiou esse ETF.

Por outro lado, tiveram alguns, com resultados aquém do esperado, como por exemplo, o DIVO11, que replica o índice que reúne as melhores ações pagadoras de dividendos, cujo retorno ficou em -1,12%.

Rentabilidade e outras vantagens dos ETFs?

Os ETFs podem ser uma excelente porta de entrada para o mundo dos investimentos. Além de um grande potencial de retorno, eles são opções práticas e acessíveis. 

Com um volume pequeno de capital, o investidor tem acesso a um conjunto de ativos, distribuídos em vários setores do mercado, em um só lugar. Por este motivo, os ETFs são vistos como ótimos instrumentos para diversificação das carteiras.

Como são negociados diariamente na B3, os ETFs são bastante acessíveis, uma vez que o investidor, através do home broker, consegue comprar ou vender suas cotas a qualquer momento. 

Vale a pena frisar que as taxas de administração dos ETFs são, naturalmente, mais baixas devido ao tipo de gestão. 

Quais são os riscos envolvidos no dos ETFs?

Ainda que os ETFs sejam ativos seguros, não podemos desconsiderar que sua estratégia consiste em reproduzir o comportamento de um índice de referência. 

Ao optar por um ETF de renda variável é essencial que o investidor esteja ciente que o fundo terá um comportamento semelhante ao das ações, seja de alta ou de baixa. Já os ETFs de renda fixa tendem a ter uma volatilidade um pouco menor. 

É importante reconhecer a falta de liquidez em ETFs. Alguns fundos de índices podem não interessar compradores em tempo hábil, o que eleva o risco destas negociações. 

Portanto, a diversificação e outras estratégias de mitigação dos riscos devem ser adotadas por quem opta pelos ETFs para composição da carteira de investimentos.

Como investir em ETFs?

Para adquirir as cotas de um ETF, o investidor precisa acessar um home broker. Por este motivo, é necessário que possua uma conta ativa em uma plataforma de investimentos. É importante destacar que, diferente das ações, os ETFs não têm lote padrão, podendo ser comprados e vendidos a partir de uma unidade.

É muito importante que o investidor avalie qual corretora atende melhor suas necessidades, bem como apresente os melhores custos e suporte. 

Feito isso, basta que ele consulte a lista de ETFs disponíveis no mercado e faça suas aplicações condizentes ao perfil investidor.

Imposto de Renda: como declarar ETF?

Embora os ETF’s sejam um tipo de fundo de investimento, não podemos esquecer que suas cotas são negociadas na bolsa de valores. Logo, as regras de tributação que essa classe de ativos deve seguir são as mesmas praticadas nesse mercado. 

Para o investidor que decide vender suas posições com rentabilidade positiva, o lucro será tributado em 15%. Outro detalhe importante é que os ETFs não contam com a isenção fiscal para vendas inferiores a R$20 mil.

O recolhimento, neste caso, deve ser feito via DARF – Documento de Arrecadação da Receita Federal até o último dia útil do mês subsequente em que a venda dos ativos for realizada, exceto nos ETFs de renda fixa, em que o recolhimento acontece direto na fonte.

Uma das facilidades que as plataformas de negociações oferecem hoje em dia são as calculadoras de IR. Com a contratação desse tipo serviço, os investidores terão mais agilidade no processo, além de evitar erros no cálculo do imposto.

S&P 500 e ETFs: Qual é a relação?

O IVVB11 trata-se do fundo que tem como índice referência o S&P 500 da bolsa de valores americana. Através dele, os investidores conseguem realizar aplicações nas maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos, tais como Google, Apple, Disney, Netflix, dentre outras. 

Se investir na bolsa americana era algo distante para alguns investidores, hoje a realidade é bem diferente. O IVVB11, portanto, é uma alternativa para diversificar as carteiras de investimentos com segurança, praticidade e baixo custo.

Dica Smartt

Investir em ETF é mais uma opção disponível no mercado e que tem permitido muitos investidores, sobretudo os iniciantes, acessarem uma carteira diversificada utilizando um único instrumento. 

Com esse tipo de fundo é possível aproveitar tanto as variações do mercado local quanto internacional, com facilidade, segurança e baixo custo.

Investir em ETFs vale a pena, mas atenção às oscilações do mercado e seus impactos neste ativo, além do risco de liquidez que pode afetar as negociações, principalmente aos operadores em day trade. 

Para proteger suas posições, seja em swing ou day trade, você pode escolher automatizar suas operações, cravando margens de prejuízos e definindo momentos ideais para entradas e saídas do trade.

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